Memória Cinematográfica

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Boleiros 2 – Vencedores e Vencidos

Nacional tatianna 6 abril 2006

Alphaville está ficando famoso. Já não bastasse sua fama internacional por ser um condomínio de luxo, com mansões sem muros, agora o bairro é estrela de cinema. Isso porque o longa-metragem “Boleiros 2 – Vencedores e Vencidos”, que estréia nesta sexta-feira, dia 7 de março, foi 90% filmado por aqui. Parceria entre a SP Filmes, do diretor Ugo Giorgetti, e da 5.6 Filmes (empresa sediada no bairro), o local foi escolhido justamente porque já havia uma amizade entre as duas empresas.

“Conheço o pessoal da 5.6 Filmes há muito tempo e já tinha trabalhado com eles. Eu sei que eles têm um bom equipamento e sugeri que entrassem como sócios para a co-produção do filme”, conta o diretor durante pré-estréia na última terça-feira, 4, no Cinemark Tamboré.

A película é continuação de “Boleiros”, que estreou em 1998. De acordo com o diretor, a produção aconteceu porque o tema é pouco explorado na arte brasileira. Ele conta que, embora seja ano de Copa do Mundo, isso não foi o motivo pelo qual o motivou a estrear o longa. “A Copa do Mundo me atrapalha, porque vinculam muito ao futebol, mas o filme se refere a gente, a pessoas.”

Embora a história gire em torno do futebol, conta mesmo sobre pessoas. O mote é a reinauguração do bar do Aurélio, reduto de boleiros, ou seja, de ex-jogadores, de jogadores, empresários e, claro, de “Maria Chuteiras”.

Marquinhos (José Trassi), um jogador brasileiro e pentacampeão do mundo que agora mora na Europa porque joga em um famoso time espanhol, vem ao país visitar e vira sócio do tal bar. Por conta de sua aparição, a imprensa se mobiliza para acompanhá-lo, as fãs se descabelam na porta do boteco e o irmão, que está preso, incentiva a advogada-amante a agilizar o aumento da mesada.

Mas são as histórias do jornalista desempregado Zé Américo (Cássio Gabus Mendes) que trazem uma narrativa engraçada e mostra a encenação dos outros personagens que envolvem o filme em várias histórias fragmentadas.

O destaque fica para o personagem Naldinho, vivido pelo ator Flavio Migliaccio. Ex-atacante do Corinthians, é ele quem reúne os outros freqüentadores do bar e os envolve com histórias do passado. À sua mesa sentam-se o ex-jogador do São Paulo Otávio (Adriano Stuart) e Sócrates, vivido por ele mesmo.

Cenas hilariantes, porém, são protagonizadas por Lima Duarte, que vive o técnico retranqueiro que apenas quer manter o zero a zero no jogo e garantir a vitória no campeonato. No entanto, ele se desentende com a juíza Neidinha (Denise Fraga, ótima) e é expulso de campo. Os diálogos dos dois são de tirar a platéia do sério.

Em algumas cenas, os moradores de Alphaville identificarão claramente o lugar onde foi filmado, como a Marginal Direita do Rio Tietê, a alameda Mamoré próxima ao ATC. No entanto, é quando os personagens estão na Castello Branco e a placa de indicação foca “Alphaville, saída 23 A”, é que se tem plena certeza. E é o personagem de Migliaccio que exclama, ao chegar em frente a uma casa, dentro do residencial: “”Mas onde estamos, nos Estados Unidos, em Miami?”

Embora os créditos iniciais do filme seja muitos e bastante cansativos, após os créditos finais, porém, a dica é que cada um fique em seu lugar: há uma surpresa aguardando aqueles até o “termina o espetáculo”.

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