Emmanuel Mouret é um realizador polivalente. Ele escreve, dirige e atua em suas produções. Em “Romance à Francesa” (“Caprice”), não é diferente.
Com Paris como pano de fundo, o espectador vai acompanhar cenas engraçadas, de amor e, ninguém é perfeito (!), de traição. O riso é possível, mas principalmente proveniente do humor ácido tipicamente francês.
O professor Clément (Mouret) é daqueles obsessivos. Apaixonado pela bela atriz Alicia (Virginie Efira, de “Um Amor à Altura”), ele acompanha suas apresentações teatrais aonde quer que ela esteja. E assiste à mesma peça diversas vezes. Sabe as falas de cor, o momento em que ela entra no palco, até quando ela esquece uma fala. Em um belo dia realmente a conhece e a convida para jantar após o espetáculo.
Mas, assim como ele, Caprice (Anaïs Demoustier, de “Um Amor em Paris”) é também obsessiva. Ela puxa papo com Clément na plateia do espetáculo e o adverte que sempre o encontra. Ele, que nunca olha para a poltrona do lado quando está vendo Alicia, não fez ideia do que a jovem está falando.
Sim, Caprice é jovem, bem mais nova do que ele. E o persegue onde quer que ele esteja: no teatro, na escola, na sua própria casa. Até que ela vai atrás dele na casa de Alicia. Confusão não falta. Há cenas, por exemplo, que parecem óbvias, mas Mouret segue para outro lado. Não é fácil de adivinhar a cena, como é em comédias românticas.
Caprice é a personagem que dá nome ao filme, na versão original. Na versão brasileira, a distribuidora Mares talvez tenha optado por um nome genérico (“Romance à Francesa”) justamente por mostrar clichês dos relacionamentos naquele país.