O estúdio de animação mais premiado do mundo tem sempre uma grande missão ao lançar um novo filme: a superação.
Desde que a Pixar lançou “Toy Story“, em 1994, produção após produção há sucessos e, ninguém é perfeito, fracassos.
Se “Ratatouille” tem uma história de sucesso, “Aviões” é um exemplo de fracasso. Ou melhor, de menor repercussão positiva e venda de ingressos na bilheteria.
Em janeiro, a Pixar, que foi comprada pela Disney em 2006, lançou “O Bom Dinossauro” (The Good Dinossaur). A trama pode até ter a cara dos produtores do estúdio –preza pela história com lição de moral ao fim e emociona adultos e crianças. No entanto, o roteiro é fraco e o desenho não tem inovações tecnológicas (marca registrada da Pixar) –embora os cenários sejam bastante realistas.
Imaginando um mundo hipotético em que os dinossauros não tivessem sido exterminados, o longa-metragem traça uma história sobre como seria a convivência desses animais com os homens.
Arlo é um dinossauro adolescente que tem dificuldade em alcançar os seus objetivos. Vê seu irmão em um patamar acima, mas não quer decepcionar seus pais.
Do outro lado, está Spot, um menino que se perdeu dos pais, vive sozinho, até que conhece Arlo. O encontro dos dois não é dos mais simpáticos, mas, aos poucos, vão conquistando um ao outro.
A amizade e o amor estão presentes em outros longas da Pixar, como “Ratatouille“, “Wall-E” e “Up – Altas Aventuras“. Ou seja, até aí, não há nenhuma novidade. Tampouco sobre o mundo hipotético. Isso já foi feito em “Toy Story” (com a hipótese de brinquedos falarem e saírem andando quando não são observados) e, para citar o mais recente, em “Divertida Mente” (quando se imaginam os os sentimentos, como alegria e tristeza, terem vida própria).
No entanto, a amizade improvável entre o dinossauro e o menino é capaz de emocionar, sim, o espectador, principalmente porque, do lado de cá da tela, envolve-se com o personagem que se perdeu da família e, então, inicia-se a jornada de volta para casa. Um ajudando o outro a superar seus próprios limites.
No meio da produção, o longa trocou de diretor, teve a sua estreia adiada duas vezes. Sabia-se que a trama não tinha consistência nem apelo suficiente.
Dirigido por Peter Sohn, em sua estreia em longa-metragem, “O Bom Dinossauro” é mais bem recebido pelas crianças do que pelo público adulto, que vai ao cinema em todos os lançamentos da Pixar.