A violência urbana é um dos assuntos tratados no longa-metragem “Marcas da Vida” (“Red Road”), que tem estréia apontada para o dia 4 de maio. Não se sabe logo de cara, porém, do que se trata a história vivida por Jackie (Kate Dickie). O filme começa mostrando a personagem trabalhando como operadora de câmeras de vigilância urbana, uma espécie de Big Brother na capital escocesa.
A cada cena suspeita a que ela assiste nos monitores da sua sala, imediatamente um agente policial é acionado para que as devidas providências sejam tomadas. Até que um dia ela reconhece Clyde (Tony Curran) e faz de seu trabalho uma busca frenética e pessoal para encontrá-lo. Jackie é esperta, vai pelas bordas, cercando-o na cafeteria, em uma festa, na rua.
Ela se aproxima de Clyde principalmente a partir de uma “amizade” que nasce com o casal Stevie (Martin Compston) e April (Natalie Press). O filme fala também de dor, saudade, perdão.
A roteirista e diretora Andrea Arnold, que até então só tinha dirigido curtas-metragens, como o vencedor do Oscar “Wasp”, usa a câmera de forma intimista e aproxima o espectador dos personagens que estão na tela. Talvez falte um pouco mais de ousadia no enredo, para que a platéia se envolva mais com o personagem e com as suas angústias.
O que fica para o final é justamente o motivo que a faz persegui-lo. Embora a fita seja longa, e a trilha sonora, como é característica de filmes europeus é quase inexistente, os impacientes podem se cansar. Mas a espera vale a pena.
Andrea foi a primeira cineasta britânica a participar do Festival de Cannes. Em 2006, o filme levou o prêmio do júri.