Johnny Depp não se cansa. Ainda bem. Ele começou a ser conhecido no cinema a partir de “Edward Mãos de Tesoura” (1990). Em “A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça” (1999), ele confirmou a sua personalidade. No ano passado, Depp brilhou como Willy Wonka em “A Fantástica Fábrica de Chocolate” e em “A Noiva Cadáver“.
Nesta sexta-feira, dia 21, ele volta como o capitão Jack Sparrow, em “Piratas do Caribe: O Baú da Morte” (“Pirates of the Caribbean: Dead Man’s Chest”), e prova que, sem ele, o longa-metragem jamais seria o mesmo.
Sua interpretação ímpar é o ponto de partida para o espectador decidir sair de casa e ver com os próprios olhos que é possível, sim, fazer um bom filme sobre piratas. Na trama, dirigida por Gore Verbinski (“Piratas do Caribe: A Maldição do Pérola Negra”), Jack é capturado e descobre-se que ele tem uma dívida de sangue com Davy Jones (Bill Nighy), que comanda as profundezas do mar.
Para acabar com a perseguição, o pirata precisa encontrar uma saída e se livrar da condenação de eterno escravo de Jones. Para isso, ele conta com a ajuda de Will Turner e Elizabeth Swann, que tiveram de adiar o casamento para ajudá-lo, e vão pedir ajuda à vidente Tia Dalma (Naomie Harris). Enquanto isso, o caçador de piratas, lorde Cutler Beckett (Tom Hollander) da Cia. das Índias Orientais, concentra-se em recuperar o “Baú da Morte”, que oferece controle sobre Davy Jones.
Os personagens que ilustraram o primeiro longa continuam nesta segunda parte. É o caso de Will, vivido por Orlando Bloom, que percebeu que, de fato, é um pirata. E Elizabeth, personagem de Keira Knightley, que deixa a realeza para se juntar ao amado e lutar por sua liberdade, para que possam ser felizes no casamento. Ela, aliás, tem maior participação nas cenas de luta, trabalha com espadas e mostra que é capaz. Porém, outros personagens são inseridos na trama, como Bootstrap Bill (Stellan Skarsgård), pai de William, que todos pensavam estar morto, mas vive com Davy.
Filmado basicamente dentro de navios no mar, o longa conta com praias esplendorosas do Caribe como cenários para esta aventura. Em uma das ilhas onde os piratas param, aborígenes bizarros capturam Jack e sua tripulação para fazer dele um cozido.
Em algumas cenas, o público vai dar boas gargalhadas. Nada melhor para continuar assistindo ao longa, porque, ao final, mesmo que já tenha sido anunciada a terceira parte da saga, é muito claro perceber que no ano que vem tem mais. A trilha sonora, de Hans Zimmer (“O Rei Leão”), é incessante e movimenta a ação, dando ênfase às peripécias de Jack.
Os atores filmaram os dois longas ao mesmo tempo (como Peter Jackson fez a trilogia “O Senhor dos Anéis”) e a nova aventura, “Piratas do Caribe 3” (ainda sem subtítulo em português e em inglês), estréia em 2007 para dar o desfecho desta história que deixou algumas rebarbas. Mas, por enquanto, a diversão é certa.