Robin Williams não está muito bem em sua carreira ultimamente. Digamos que da sua boa fase de atuação, como a que lhe garantiu o Oscar por “Gênio Indomável”, e a do ótimo “Sociedade dos Poetas Mortos”, só lhe restaram comédias tolas, como “Férias no Trailer”, “Uma Babá Quase Perfeita”. Desta vez ele volta às telas em “Licença para Casar” (“License to Wed”), longa-metragem dirigido pelo quase estreante no cinema, Ken Kwapis, que se aperfeiçoou enquanto dirigiu a série para a televisão “The Office”.
Na trama, Williams faz Frank, o reverendo que obrigará o casal de noivos formado por Sadie Jones (Mandy Moore) e Ben Murphy (John Krasinski) a participar de um curso nada convencional, antes que possam dizer finalmente “sim”, no altar. Trata-se praticamente de um equivalente à carteira de motorista para o casal viver feliz para sempre.
A fita começa quando ele narra e explica as fases de um relacionamento: as pessoas se conhecem, começam a namorar, vão morar juntas, até que resolvem se casar. E é exatamente assim que aconteceu com o casal. Depois de morarem juntos, Ben resolve pedir Sadie em casamento, durante as bodas de 30 anos de casamento dos pais dela.
Embora ele queira que a cerimônia seja no Caribe, ela diz que seu sonho é casar na paróquia que costumava freqüentar quando era criança. A partir de então, entra definitivamente na vida dos dois a figura do pastor, que diz que a cerimônia poderá ser realizada em três semanas, desde que ambos sejam aprovados no teste.
Durante este período, vale tudo para os dois se enfezarem: deixar de fazer sexo até o dia do casamento, bebês-robôs para os dois tomarem conta, votos de casamento em um caderno para ser lido no grande dia, convivência assídua com os sogros.
Embora bastante inverossímil e com passagens caricatas, o enredo privilegia poucas boas piadas, que animam a platéia, principalmente as protagonizadas por Williams, que não perde o timming divertido.
A atriz Mandy Moore atuou recentemente em “Minha Mãe Quer Que Eu Case”, ao lado de Diane Keaton (está se especializando no assunto). Seu timming para a comédia funciona bem, assim como a química ao lado do ator John Krasinski.”Licença para Casar” não tem grandes pretensões como cinematografia, nem chega a ser ousado. Quem for assistir ao longa pode esperar algumas risadas e a reflexão sobre o verdadeiro espírito do casamento.