Em julho de 2019, Lincoln Six-Echo (Ewan Mc Gregor) está há três anos em uma fortaleza porque presume que apenas algumas pessoas sobreviveram a um desastre ecológico que acabou com a vida na Terra. Seu objetivo? Ser sorteado entre milhares de pessoas e ir para a ilha, um lugar paradisíaco que poucas pessoas podem se dar ao luxo de se dirigir.
“A Ilha” (“The Island”), longa-metragem de Michael Bay (“Armagedon”) que estréia nos cinemas nesta sexta-feira, 5, parece muito mais uma história de sobrevivência e ficção científica do que realmente é.
Na verdade, a história se inverte a partir de um pouco antes da metade e começa a fazer uma crítica sobre clonagem, sobre o uso da tecnologia na fabricação de seres humanos. Ora, em favor da ciência vale tudo, inclusive matar outros seres humanos?
A discussão poderia ir muito além, mas Bay preferiu seguir o rumo das vítimas e contar a sua história do ponto de vista daqueles que são fabricados por patrões poderosos e que visam à grana com o intuito de salvar outras vidas (e gerar milhões de dólares de lucro).
A inversão se inicia quando Lincoln encontra uma borboleta e começa a observar sobre a possibilidade de a vida lá fora não ter terminado. Quando sua melhor amiga Jordan Two-Delta (Scarlett Johansson) é sorteada, Lincoln resolve salvá-la e impedir que ela vá definitivamente.
Outra fonte de suas pesquisas é McCord (Steve Buscemi), que vive no mundo real e é o cara que fala a Lincoln e Jordan que “Papai Noel não existe”, e dá uma explicação bastante pertinente sobre quem é Deus, já que os clones não fazem idéia. É McCord quem equilibra a trama e dá um leve toque de humor.
Por se tratar de clonagem, as cenas que mostram eles nascendo são bastante semelhantes aos partos naturais: a pessoas está inserida em grandes bolsas de água, há sangue e cordão umbilical, e fica em posição fetal chupando o dedo.
Assim que ela nasce, umas imagens são colocadas em contato para fazer a programação da memória. É aí que é inserida a lembrança da infância, que é a mesma para todo mundo.
Com descobertas importantes, corre-corre de atores e movimentos rápidos da câmera, o longa se transforma em uma aventura de perseguição e sobrevivência. A instalação fechada é completamente monocromática, todas as pessoas usam roupas brancas iguais e pouco sabem do mundo lá fora.
No mundo real, porém, a cor prevalece ressaltando principalmente a do mar, a das praias, a do deserto do Arizona, a da poluída Los Angeles.
Distribuída pela Warner Bros. em associação com a Dreamworks SKG (empresa de Steven Spilberg), a película prende o espectador do começo ao fim, tem efeitos especiais na medida e assume a alta tecnologia que deveremos ter à disposição em meados do século 21.