Ambientado nos anos 1920, “O Grande Gatsby” (“The Great Gatsby”) chega aos cinemas cheio de pompas para contar a história escrita por F. Scott Fitzgerald em 1925. Lustres gigantes de cristais enfeitam a sala onde são realizadas as festas memoráveis do ricaço que dá nome ao filme, aqui vivido por Leonardo DiCaprio (“Django Livre“). Há ainda as roupas assinadas por estilistas famosos e joias de grife. Tudo perfeito para encher os olhos do espectador que pode escolher a sessão em 2D e 3D.
Na trama, contada a maior parte sob o olhar do aspirante a escritor Nick Carraway (Tobey Maguire, de “Homem-Aranha 3“), Jay Gatsby é um excêntrico homem de negócios que muda de casa para admirar de perto sua amada Daisy (Carey Mulligan, de “Educação“). Para tanto, compra uma casa na mesma direção onde ela vive com o marido, o ex-jogador de polo Tom Buchanan (Joel Edgerton). E realiza festas, muitas festas para a high society, mas quase nunca aparece. Quer apenas a casa cheia. Com segundas intenções, convida o vizinho Nick para a festa.
As músicas escolhidas para a trilha sonora misturam temas atuais e jazz da época, tal como fez Sofia Coppola em “Maria Antonieta“. Misturar Beyoncé, Fergie e Florence + The Machine com o jazz da época mostra à plateia a visão do diretor australiano Baz Luhrmann (“Moulin Rouge” e “Austrália“) sobre o que era a balada dos anos 1920 e isso enriquece.
“O Grande Gatsby” desperdiça a chance de aproveitar o excelente elenco para contar uma boa história, quando apresenta um roteiro cheio de narrações em off. O recurso dispersa o espectador em meio a tanta ladainha. Aqui não vale nem comparar o romance original, já que ele próprio tinha problemas cronológicos, por exemplo. É de boa história bem contada que o cinema precisa. Verniz e inovações tecnológicas há em números a perder de vista a cada semana nos cinemas do mundo todo.