História épica, feita em animação em três dimensões. Este é o ambiente de “Valente” (“Brave”), novo longa-metragem da Disney/Pixar, que tem estreia apontada para o dia 20 de julho, mas está em cartaz a partir desta sexta-feira, 13, em caráter de pré-estreia.

O filme conta a história de Merida (com voz de Manu Gavassi, na versão nacional), princesa que, segundo os seus pais, está na idade de casar. Como era tradição naquele tempo, o rapaz pretendido seria escolhido pelo rei Fergus e pela rainha Elinor a partir de alguma batalha proposta pelo reino.

Merida não é uma garota comum. Embora tenha sido educada para ser rainha um dia, é avessa às tradições e o que gosta mesmo é de cavalgar e de acertar os alvos com o seu arco e flecha que ganhou do pai na infância. Então, ela vai enfrentar os lordes MacGuffin, Macintosh e Dingwall (com vozes de Luciano Szafir, Murilo Rosa e Rodrigo Lombardi). O problema é que, mesmo sem querer, ela vai desencadear o caos, provocado por uma velha feiticeira, que vai acabar tento que unir todo o reino para lutar contra o problema implantado.

“Valente” é dirigido por Mark Andrews, supervisor de história em “Ratatouille” e “Os Incríveis”, além de ter sido codiretor do curta “One Man Band”, todas produções da Pixar, e também por Brenda Chapman, diretora de “Príncipe do Egito”, da DreamWorks Animation e supervisora de história de “O Rei Leão”, da Disney.

Como é comum em longas de animação, este também traz o clipe musical e, na versão dublada, a responsável pela interpretação é a cantora Manu Gavassi, que faz um belo trabalho. Todas as canções, aliás, são bonitas, assim como todo o visual do filme.

Diferentemente das outras princesas da Disney, como Aurora (“Bela Adormecida”), Cinderela, Branca de Neve (“Branca de Neve e os Sete Anões“), Ariel (“A Pequena Sereia”), Jasmin (“Aladim”), Tiana (“A Princesa e o Sapo”), Bela (“A Bela e a Fera”), Rapunzel (“Enrolados”) e outras, Merida é uma princesa que assume os seus cabelos ruivos e cacheados. Quem mais quer que ela se case é a mãe, e o pai a consola: “Merida, é só um casamento, não é o fim do mundo!”

Os diálogos possuem pinceladas de humor, principalmente quando aparecem os trigêmeos e a história é ambientada na Escócia, com cenários medievais e deslumbrantes, além de ser recheado de aventura, principalmente quando a princesa pega o seu cavalo e vai atirar as suas flechas.

A cada lançamento anual da Disney/Pixar, tem-se a ideia de que os produtores vão se superar. Assim foi em “Procurando Nemo”, que veio antes de “Os Incríveis”, antes de “Ratatouille”, antes de “Wall-E”, “UP! Altas Aventuras”, e assim por diante. Mas agora não foi o caso. Embora “Valente” tenha seus pontos fortes, como a criação de personagens humanos, o que é extremamente difícil de se fazer quando o assunto é animação, a trama deixa a desejar.

Não há tanta inovação na história e dá até um certo ar de déjà vu, já que trata-se de uma princesa criada pela mãe para se casar e tomar conta do reino. Já se viu isso antes. E até demais. De qualquer maneira, o longa traz inovações no quesito tecnologia e mostra, na tela grande e em três dimensões, ambientes incríveis, com paisagens de perder o fôlego, além de canções compostas especialmente para o filme que são belísssimas.

Em tempo: assim como em todos os lançamentos da Disney/Pixar, antes da exibição do longa é apresentado um curta-metragem. Agora é a vez de “La Luna”, de Enrico Casarosa. A fita concorreu ao Oscar de Melhor Curta-Metragem de Animação, mas perdeu para “The Fantastic Flying Books Mr. Morris Lessmore”, de William Joyce e Brandon Oldenburg.

Diferentemente de curtas anteriores, este possui diálogos, mas com textos e frases fáceis de entender em qualquer idioma. É um tipo de sussurro. E, dos três personagens que compõem o filme, cada um tem o seu estilo de chapéu e seu jeito de varrer. Mas é o formato da lua que interessa. E é encantador, quase mágico.