Eu tentei comprar um ingresso. Juro que tive boa vontade. Até mesmo fora de São Paulo, em pleno feriado prolongado no Rio de Janeiro, entrei na internet, tentei testar o novo serviço de compra via celular, fui à bilheteria, mas foi em vão. Além de mim, outras milhares de pessoas estavam tentando fazer o mesmo programa. Falta de sol? Sucesso do primeiro filme? Quem explica?
Para a felicidade do cinema nacional, felizes mesmo foram as 1,295 milhão de pessoas que conseguiram a façanha de assistir ao “Tropa de Elite 2” nos cinemas, no final de semana de estreia do filme de José Padilha. Para o primeiro filme, foram vendidos 2,4 milhões de ingressos – sem contar os que compraram o DVD pirata que, segundo Padilha contabiliza, foram mais de 20 milhões de pessoas.
Para se ter uma ideia do que esse número representa, além de render R$ 13,9 milhões de bilheteria (números que, segundo o Filme B, nenhuma produção nacional do período da Retomada, ou seja, desde “O Quatrilho”, havia alcançado), “Tropa 2” conquistou também o posto de quinta maior abertura em público dos últimos dez anos, à frente de “A Era do Gelo 3”, e atrás apenas dos três “Homem-Aranha” e “Lua Nova”.
Ao todo, foram 661 salas e, no domingo, chegou a 703. Provando que no Rio de Janeiro a coisa estava feia mesmo para conseguir comprar um ingresso, o levantamento do Filme B afirma que o melhor complexo foi o da UCI no New York City Center, na Barra da Tijuca, que exibiu o filme em sete de suas 18 salas. Com 21,3 mil espectadores e bilheteria de R$ 264,9 mil, o cinema foi campeão tanto em público quanto em renda.
Já o posto de melhor sala ficou com o Leblon 1, que atraiu 6,7 mil espectadores e alcançou renda de R$ 98,3 mil. Em São Paulo, quem teve a maior bilheteria foi a sala VIP da Cinemark no Shopping Cidade Jardim, que somou 1,6 mil espectadores e arrecadou R$ 59 mil. Mas aí, levando em conta o valor do ingresso, que pode chegar a R$ 50, vira covardia.