Memória Cinematográfica

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As Sessões

drama Estreia Oscar 19 fevereiro 2013

Em “O Escafandro e a Borboleta” (2007), o protagonista, em estado vegetativo, dita, com o movimento dos olhos, um livro inteiro para a sua assistente. No ano passado, os brasileiros puderam acompanhar a história do tetraplégico milionário que procura um enfermeiro, e encontra um amigo, no longa-metragem francês “Intocáveis”.

“As Sessões” (“The Sessions”) é inspirado nos texto autobiográficos do jornalista e poeta Mark O’Brien. Mark (John Hawkes, de “Contágio“) é tetraplégico e passou a maior parte de sua vida dentro de um pulmão de ferro. No entanto, continua trabalhando como repórter. Para isso, conta com ajuda de uma assistente para levá-lo às entrevistas em sua maca.

Como em “Intocáveis“, ele também está procurando uma nova assistente. Porém, este não é o tema central da fita. O foco do diretor e autor do roteiro, Ben Lewin, é outro. Apesar dos seus 38 anos, Mark ainda é virgem e nunca nem se masturbou.

Deitado em sua maca, Mark desfila pelas ruas do bairro e vai, com frequência, se confessar com o padre ma igreja. Na figura do religioso, vê um amigo e alguém com quem pode se abrir e dividir suas maiores tensões — o fato de ser virgem, por exemplo.

Um dia, porém, Mark recebe a missão, como jornalista, de escrever uma reportagem sobre sexo entre os deficientes físicos. Para isso, ele entrevista algumas pessoas mas decide que ele mesmo deve experimentar a sensação. É a partir daí que entra em cena a terapeuta, vivida pela atriz Helen Hunt (de “Melhor Impossível”, ótima!). O papel, aliás, lhe rendeu a indicação ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante.

O papel da terapeuta é introduzir (com o perdão do trocadilho) Mark ao sexo. Ela explica que a diferença entre a sua profissão e a de uma prostituta, é que essa quer que a pessoa vire cliente. Ela não. Para tanto, ela limita o “tratamento” em seis sessões.

Helen Hunt está realmente muito bem em seu papel e sua personagem ainda enfrenta um conflito dentro de casa, já que é casada e seu marido, um filófoso que não trabalha, fica dormindo quando ela chega em casa.

Há um pouco de pesar na situação do protagonista, embora não seja tão triste quanto a situação do personagem em “O Escafandro e a Borboleta”. Aqui, as coisas vão se ajeitando, ainda que Mark sofra a falta de amor.

Como poeta, Mark O’Brien escreveu poema para a sua terapeuta, em uma verdadeira declaração de amor.

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