Memória Cinematográfica

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E Aí… Comeu?

Estreia Nacional 22 junho 2012

O que o espectador pode esperar de um longa-metragem nacional cujo título é “E Aí… Comeu?” Não é preciso ter bola de cristal para imaginar que se trata de uma comédia sobre o comportamento dos homens e seus bate-papos, com assuntos que giram em torno do relacionamento deles com as mulheres.

E é exatamente isso o que poderá ser visto na tela, a partir de sexta-feira, 22. Com roteiro escrito por Marcelo Rubens Paiva, autor da peça na qual o longa se inspira, e dirigido por Felipe Joffily, a fita se passa principalmente na mesa do bar Harmonia.

Entre um chope e outro servido por Seu Jorge (vivido por ele mesmo), os três amigos, Fernando (Bruno Mazzeo, de “Cilada. com”), Fonsinho (Emilio Orciollo Netto) e Honório (Marcos Palmeira), vão discutir sobre as mazelas pelas quais passam na vida amorosa.

Isso porque Fernando acabou de se separar de Vitória (Tainá Müller) e começa a receber investidas certeiras de sua vizinha, Gabi (Laura Neiva, de “À Deriva”), de apenas 17 anos. Do outro lado está o solteirão Fonsinho, que está tentando escrever um livro, mas só pensa em mulheres casadas (que arruma na porta da escola) ou em prostitutas, como Alana (Juliana Schalch), em quem confia e pede opiniões sobre o final da história.

Já Honório é jornalista e casado com Leila (Dira Paes), mas não vê futuro no seu casamento e acredita que sua esposa o trai. Ele admite que ultimamente só tem tempo para os filhos. Acaba que os dois saem separados: ela com as amigas e ele, com os amigos.

A questão se torna relevante quando os homens se veem disputando as mulheres no bar, lugar comum entre os dois sexos, já que a moça há muito não espera mais ser cortejada: parte para o ataque. Entre um gole e outro, os três vão dividir com o espectador suas dúvidas, seus anseios, mas com linguajar repleto de palavrões e gírias tipicamente cariocas.

É fato que muitas cenas vistas no cinema acontecem na vida real. Isso não dá pra negar. Mas o longa-metragem carrega na tinta e, muitas vezes, se revela preconceituoso na medida em que os personagens fazem da mulher, um objeto. O mesmo pôde ser visto, aliás, em “Cilada.com”, que, além de ser preconceituoso, abusa da escatologia.

“E Aí… Comeu?” provoca uns três risos, muito pouco para uma comédia. Nas demais cenas, vemos uma quantidade enorme de clichês e bobagens que podem ser esquecidas antes mesmo de os créditos começarem a subir.

Com o cinema nacional em baixa ultimamente, não surpreenderia se este longa alcançasse o patamar de um milhão de ingressos vendidos rapidamente. O que seria, de fato, lamentável.

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