Memória Cinematográfica

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10.000 A.C.

Estreia 7 março 2008

Depois de fazer alienígenas invadirem os Estados Unidos, no longa-metragem “Independence Day” (1996), e de acabar com a cidade de Nova York, em “O Dia Depois de Amanhã” (2004), o diretor alemão Roland Emmerich volta 12 mil anos no tempo e mostra civilizações pré-históricas perseguindo seus objetivos, no filme “10.000 A.C.” (“10,000 B.C.”), que estréia no cinema nesta sexta-feira, dia 7 de março.

Na trama, o caçador de mamutes D’Leh (Steven Strait) encontra o seu amor (Camilla Belle), mas não quer assistir, impassível, ao seu seqüestro por guerreiros de outra tribo. Então, ele decide viajar por outros locais do mundo para resgatá-la. Durante a jornada, ele terá de combater predadores e enfrentar adversidades. Entretanto, é durante o percurso que D’Leh vai descobrir um império de pirâmides altíssimas.

Este, aliás, talvez seja o único momento em que é possível identificar onde estão os personagens, já que as demais cenas mostram apenas grandes áreas verdes e montanhas cobertas por neve. No trajeto, o herói terá de lutar com mamutes, tigres dente-de-sabre, além de homens armados com lanças.

Em janeiro do ano passado, o cineasta Mel Gibson dirigiu, produziu e escreveu “Apocalypto“, filme que se passa no México, nos últimos momentos da civilização Maia. Com câmera rápida, ele mostrou muito sangue e violência, e destacou a história de um homem que teve sua vida mudada por conta de governantes daquele império em declínio que acreditam que é preciso construir templos e oferecer sacrifícios humanos em nome do Deus deles.

Embora a fita tenha estreado nos Estados Unidos com grande bilheteria, no Brasil não fez muito sucesso. “10.000 A.C.” estréia no Brasil e nos Estados Unidos simultaneamente, de modo que não dá para antecipar o interesse do público por esse tipo de filme. O que se vê, porém, é uma película com ritmo alucinado, que conta com música sempre alta, diálogos em inglês e em outro idioma inteligível e personagens caracterizados pré-historicamente (embora os dentes perfeitos e extremamente brancos demonstrem o contrário).

É preciso, no entanto, dar crédito à produção: os animais exibidos digitalmente são bem-feitos e capazes de fazer inveja a outras produções grandiosas. O tigre e o mamute, aliás, lembram os da animação “A Era do Gelo“. É visível, porém, que a técnica utilizada e a qualidade da pelagem (um dos detalhes mais difíceis de se reproduzir) ganha do leão que apareceu em “Crônicas de Nárnia: O Leão, A Feiticeira e o Guarda-Roupa“. Outro detalhe de grandiosidade são as pirâmides construídas no deserto, assim como as réplicas do palácio, das acomodações dos escravos e do Rio Nilo.

Enquanto “Apocalypto” tem, digamos, apelo histórico, o filme de Emmerich não tem e sua narrativa não acrescenta nada aos cinéfilos, uma vez que o roteiro é fraco, as interpretações são simplórias e algumas soluções chegam à beira do risível.

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