Uma fábula encantadora. É isso o que propõe o longa-metragem “Ponte para Terabítia” (“Bridge to Terabithia”), baseado no livro homônimo escrito por Katherine Paterson, em 1976.
De cara, o filme lembra “As Crônicas de Nárnia” (Terabítia é inspirado em Terabinthia, ilha mencionada nos livros “O Príncipe Cáspian” e “A Viagem do Pelegrino da Alvorada”, de C.S. Lewis). Aliás, os mesmos criadores do longa, também o foram de “As Crônicas de Nárnia: O Leão, A Feiticeira e o Guarda-Roupa”.
No interior dos Estados Unidos, Jess Aarons (Josh Hutcherson) é um estranho na escola e na sua casa. Ele adora desenhar figuras imaginárias e não tem amigos. Até que ele conhece Leslie Burke (Anna Sophia Robb), uma menina da sua idade, que entrou para a escola e participa da corrida só para garotos.
Como são vizinhos, sempre tomam o ônibus juntos e em um certo dia resolvem explorar a redondeza a partir de uma corda, que eles balançam e atravessam para o outro lado do rio. Lá eles criam uma casa em cima da árvore e deixam a imaginação rolar solta. Filha de escritores, Leslie adora criar personagens. Juntos eles fundam o reino mágico e secreto de Terabítia.
Com cumplicidade e amizade, os dois desenvolvem ainda mais as histórias imaginárias. A criação de um mundo de magia para fugir da realidade também é o mote do ótimo longa “O Labirinto do Fauno”. E como os dois enfrentam dificuldades de relacionamento na escola e também em casa, por conta de serem considerados esquisitos, é neste mundo de magia que eles se divertem e encontram refúgio para os dias.
Uma das boas participações do filme é a pequena Bailee Madison, no papel de May Belle, irmã de Jess. Zooey Deschanel faz o papel da professora de música Sra. Edmunds. Ah, repare no museu para o qual ela leva Jess. Trata-se da mesma exposição de Leonardo Da Vinci que está em cartaz na Oca, em São Paulo!
Com um roteiro conciso e bem escrito, além de uma direção bem cuidada do estreante Gabor Csupo, é preciso umas caixas de lenço para assistir ao longa-metragem. Aproveite e siga o lema e o slogan do filme: “Feche os olhos, mas deixe a mente bem aberta”. Você não vai se decepcionar.