Um dos filmes mais esperados por aqui (na Europa ele já estreou há muito tempo), “A Rainha” (“The Queen”) já chega com um grande respaldo. Vencedor do Globo de Ouro de Melhor Atriz, para Helen Mirren, e Melhor Roteiro Original, escrito por Peter Morgan, o longa-metragem concorre, dia 25 de fevereiro, aos Oscars de Melhor Filme, Melhor Diretor e mais quatro indicações, incluindo Melhor Atriz e Melhor Roteiro Original.
Ambientado em Londres e nos seus arredores, a fita é uma produção em conjunto com Inglaterra, França e Itália e conta a história da Rainha Elizabeth II, principalmente a partir do episódio que marcou a realeza britânica em 1997: a morte da princesa de Gales, Diana.
As cenas apresentam imagens reais, tiradas do noticiário da época, misturadas com as imagens filmadas recentemente, em um belíssimo trabalho interpretado por Helen, no papel-título. O ambiente é principalmente o castelo de verão, na Escócia, mas também o de Windsor e o de Buckingham.
As cenas têm foco na eleição de Tony Blair (Michael Sheen) como primeiro-ministro, uma atitude acertada para não deixar a história apenas centralizada na Família Real. Outras cenas mostram o passatempo preferido (e abominável) do príncipe Philip (James Cromwell), e pouco apresenta imagens do príncipe Charles (Alex Jennings), com quem Diana foi casada.
Depois que eles se separaram, aliás, ela disse, naquela ocasião, que desfez seu casamento porque a união com três pessoas estava muito apertada. E era verdade. Hoje, Charles é casado com a sua amante daquela época, Camilla Parker-Bowles.
Na trama, o espectador poderá conferir algumas peculiaridades da rainha adorada pelos britânicos, principalmente o motivo pelo qual a fez se fechar no momento da dor (e não ignorar, como muitos pensavam), quando perdeu a nora em um acidente de automóvel em Paris. E é Tony Blair, e seus telefonemas insistentes, que fazem com que a rainha ganhe novamente o amor de seu povo.
As imagens com a quantidade de flores em frente ao Palácio de Buckingham são ótimas recordações daquele tempo. A formalidade britânica também é um dos tópicos que o filme toca, principalmente quando se fala em protocolo tradicional. Mas é nos detalhes cuidadadosamente apurados que está a beleza do filme, que conta também com um humor leve. A similaridade da atriz com a rainha é impressionante, os trejeitos, fisicamente até.
Dirigido por Stephen Frears (“Alta Fidelidade”), o longa é uma ótima produção, já que reúne personagens fidedignos aos quais foram inspirados, além de ter um roteiro consistente, fiel, que vai convidar o público a conhecer um pouco mais sobre a realeza e as histórias que estão por trás de muitos mitos, quando mostra uma rainha ativa, que dirige o seu próprio carro, conduz a política do seu reino, organiza a vida privada da família, inclusive cuidando de seus netos, para que não sejam expostos neste momento de dor.