Memória Cinematográfica

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Babel

Oscar tatianna 18 janeiro 2007

Foi em 2000 que o cineasta mexicano Alejandro González Iñárritu iniciou uma trilogia na qual conta três histórias diferentes que se convergem e, de algum modo, são associadas e podem ser vistas de maneira homogênea, quando cada peça vai se encaixando no decorrer do longa-metragem.

Com “Amores Brutos”, narrativa contada em língua espanhola, ele mostrou a que veio e conta histórias agressivas, de três pontas, envolvendo animais (cachorros) e até quando o ser humano agüenta agressões. Em 2003, o diretor ressurge com “21 Gramas”, com a história principalmente vivida por Sean Penn e contada totalmente em inglês, sobre um cidadão que precisa de um transplante de coração e se envolve com a família do doador.

A trama apresenta emoções dolorosas, mas rendeu fôlego para que Alejandro González Iñárritu ultrapassasse os limites das fronteiras do mundo e ganhasse uma história contada em quatro países diferentes e seis idiomas. Da mesma maneira dos dois filmes anteriores, com três histórias diferentes, “Babel” também possui histórias que se entrelaçam, à medida que o filme avança.

Em parceria com o roteirista Guillermo Arriaga, o diretor consegue convergir três diferentes mundos em apenas uma fita. O roteiro, bem amarrado, faz com que os personagens se encontrem em algum momento. Embora tenha sido um dos grandes filmes durante a 30ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, em outubro, o longa estréia nesta sexta, 19, nos cinemas, logo depois de ter ganhado o Globo de Ouro, considerado a prévia do Oscar, na categoria Melhor Filme Drama (“Babel” foi indicado em sete categorias).

A trama envolve histórias paralelas passadas nos Estados Unidos, no México, no Marrocos e no Japão. Richard (Brad Pitt) viaja com sua esposa Susan (Cate Blanched) para o Marrocos em férias. Durante um passeio, ela é atingida por uma bala supostamente vinda de um ataque terrorista.

Enquanto isso, seus dois filhos estão sob os cuidados da babá, a mexicana Amelia (Adriana Barraza). Como precisa chegar ao casamento, do outro lado da fronteira, ela resolve ir com o seu sobrinho, Santiago (Gael García Bernal), e leva as crianças consigo.

Enquanto isso, do outro lado do mundo, uma adolescente surda, Chieko (Rinko Kikuchi) vive o drama da idade e a perda da mãe, além de ter o pai procurado pela polícia.

Gael García Bernal, que também estrelou “Amores Brutos”, é o novo queridinho dos diretores mexicanos, principalmente quando o longa se passa em sua terra Natal. Brad Pitt, Adriana Barraza e Rinko Kikuchi foram indicados por suas atuações ao Globo de Ouro, mas nenhum levou nada.

Com imagens que se revezam e intercalam, e as cores marcam bem o local onde está se passando a cena, Alejandro consegue contar três boas histórias, propondo ao espectador momentos de tensão e angústia em alguns momentos, de modo que ele se envolve em cada um dos problemas. “Babel” apresenta uma direção madura, convincente e bem feita. Tudo o que um bom filme precisa.

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